terça-feira, 22 de março de 2016

Outono, seja bem-vindo em nossas vidas

Que a última colheita seja prudente.
Que vá embora o que não nos pertence, o que não nos serve, o que já secou.
Que o vento traga o frescor da liberdade aos nossos corações.
Que sobre o solo se formem raízes de nutrição e paz através do silêncio.
Quero me curar! Quero conhecer minha verdade.
Quero mergulhar no fundo do fundo do fundo da Terra, até encontrar-me com minha verdade.
Deixo ir o que tiver que ir... como as folhas secas das árvores, não resisto, apenas permito-me dançar com o movimento cósmico...
Segundo a Roda Medicinal Xamânica, o Outono representa a direção Oeste: é a direção da introspecção.
No Outono, surge o poder de desenvolvimento da força interior, da autossuficiência, da sabedoria para resolver as intempéries, desafios e dificuldades da vida.
O Outono representa, ao mesmo tempo, o desapego e a retenção.
É a pausa reflexiva antes da mudança, o intervalo entre dar e receber.
Permitimos que as folhas secas partam com o vento, mas as raízes permanecem.
É a lenta transição que nos prepara para o inverno.
Este momento do ano é profundamente curador.
Com o Sol se expondo menos à nossa visão, também internamente nos conectamos mais com as nossas sombras e assim aprendemos a reconhecer quais são os pontos necessários a serem transformados em nossa vida.
Por isso a lenta transição: aqui, analisamos tudo o que há de ser transformado, para que depois, com a sabedoria desenvolvida, saibamos metamorfosear os aspectos de nosso ser em novos aspectos.
Se há um símbolo feminino perfeito para o Outono, esse símbolo é o útero. O útero feminino, o útero da Mãe Terra. O espaço onde se gera. O escuro, profundo, nutritivo, silencioso.
Retiremos dessa estação as grandes lições da Natureza.
(Lua Sagrada | Julia Luandra)

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